quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Ferramentas para treinar Basquetebol

|Diogo Almeida Santos*

Foi este o tema do Clinic organizado pelo Baloncesto Tierra Burgos em colaboração com a Asociación Castellano Leonesa de Entrenadores de Baloncesto e realizado nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro de 2013.

O convite para participar neste Clinic surgiu na sequência do trabalho levado a cabo nos últimos anos no Campus Internacional Baloncesto Baskonia (CIBB). Chema Campo Rodilles, Coordenador Técnico e Treinador do Baloncesto Tierra Burgos, é um dos treinadores que habitualmente está presente no CIBB, e sendo ele um dos responsáveis pelo planeamento técnico do Campus, foi-me lançado o desafio para estar presente em Burgos no final do ano para mais um momento de partilha e, principalmente, de aquisição de novos conhecimentos.
Tive o prazer de colaborar com Chema Campo Rodilles no planeamento deste Clinic, ao qual agradeço o convite e a forma como todos os participantes foram recebidos e acarinhados pela organização. Desde o primeiro dia a ideia base do Clinic esteve focada nos processos de ensino/aprendizagem em treino. Dentro desta temática, e para a componente mais prática do Clinic, foram convidados vários treinadores, como já referido em artigo anterior.



A mim, e no seguimento do trabalho de técnica individual que fui desenvolvendo no CIBB, foi-me pedido que falasse do “Treino do 1x1 e do passe com actividade física”. Tendo como mote a ideia de encontrar ferramentas para melhorar o treino, iniciei a minha intervenção pelo treino do passe, que na sua componente mais analítica está habitualmente ligado a exercícios que trabalham fundamentalmente a resistência ou a velocidade. Ora sabendo que uma das principais lacunas que encontramos nos actuais jovens jogadores é a falta de coordenação, preferi interligar o trabalho de passe com esta capacidade física específica. Para tal recorri ao uso da escada de coordenação, realizando diferentes tipos de passe com variados tipos de trabalho de pés.

Numa segunda fase pareceu-me pertinente abordar o tema do treino do 1x1 focando o trabalho na importância de fazer os nossos jogadores pensar e, consequentemente, ler o jogo. A minha proposta passou por uma evolução em que comecei por colocar os jogadores numa situação em que tinham que analisar uma informação verbal para então poderem tomar uma decisão. Posteriormente essa mesma informação passou a ser visual, o que os obrigou a pensar e a executar com um maior grau dificuldade. O passo seguinte foi transformar a informação que era transmitida em mais uma dificuldade de execução técnica, neste caso com recurso a bolas de ténis, pois acreditamos que a bola de ténis é um óptimo utensílio para trabalhar a coordenação e a reacção no jogador de basquetebol.

Dentro desta mesma estrutura foram sendo colocados desafios aos jogadores, fazendo com que utilizassem duas bolas de basquetebol em drible, em que uma seria para passar a um colega que realizava uma situação de 1x1, e a outra seria para finalizar em 1x0, ou em situação de 1x1. O foco esteve sempre em fazer os jogadores pensar, retirando-os da sua zona de conforto.
Para esta intervenção, bem como para as restantes, contámos com a preciosa colaboração das jogadoras sub-14 e sub-16 femininas do Baloncesto Tierra Burgos.



Neste Clinic todos participámos igualmente em dois momentos menos práticos, mas onde o debate marcou forte presença.

Numa primeira mesa redonda todos os participantes foram colocados perante diferentes propostas de organização da “cantera” e do trabalho em formação. Da visão do basquetebol “Jugoslavo” transmitida pelo treinador Mladen Jegdic, à diferente realidade do basquetebol português, passando pela formação no clube da Liga ACB, Fuenlabrada, a partilha de ideias foi enorme.

No último dia o tema principal foi a preparação do treino, quer em função do resultado do jogo do fim-de-semana, quer em função do momento da temporada, onde as visões partilhadas por Mariano Arasa e Ricardo Silva foram enriquecedoras.

Em jeito de resumo, e recorrendo a uma expressão tipicamente espanhola, “encantado” por ter estado 3 dias em Burgos a falar desta modalidade que tanto gostamos… o Basquetebol.




* Diogo Almeida Santos é Treinador de Sub-12 e Sub-14 Masculinos no Clube Hiper-Activo da Malveira.


Sem comentários:

Enviar um comentário